domingo, 9 de setembro de 2012

eu não sei mais de mim do que eu sei

Eu voltei
e claro, de mau humor. 
Voltei porque eu estava esquecida de mim por outros lugares. 
Voltei porque, eu sem mim, vivo sem você. 
Lá na multidão em que apareço, sou imagem, frases brilhantes. 
Mas aqui onde sou só eu, eu e meu Deus, muito me assemelho a mim e aos outros. 
Aqui busco reconhecimento de mim e por final, mais conhecimento de mim. 
É quem eu quero conhecer. Você.
Não que eu não me saiba, mas é que em outros momentos pouco recolhi de mim. Por experiências variadas, as voltas foram inúteis. Algumas sinceridades frustradas, outras inválidas e algumas certeiras. 
Sim, é de grão em grão que a galinha enche o papo.
Há quanto tempo sou galinha? 

A solidão é vasta de sabedoria e no mundo só estamos para ajudar os outros, e nosso próprio corpo. 
A alma é como um só oceano regendo intensidades dos movimentos, onde um corpo pode estar em calmaria e outros podem estar na arrebentação. 

Nestes tempos em que te deixei de fora
não lembrei de ti, não senti saudade, 
mas agora sinto a necessidade de voltar a cuidar da casa
a casa vazia
a casa que eu esvaziei
e que bom que eu a esvaziei. 
vou limpar-te o chão até ver o brilho das tábuas sem poeira.
as janelas abertas deixando a luz e o vento entrarem. 
pisarei em teu solo 
trarei um novo livro
novas cores em meu vestido
e antes de escurecer novamente 
que a lareira já esteja acesa,
e meus olhos vejam os seus.   

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